3 de jun. de 2010

Palestra na Adh’2010


Participei da Feira-Fórum Hospitalar em seu terceiro dia (27.05) e abri a primeira mesa redonda, organizada pela Adh’2010, falando sobre Gestão de Casos e Promoção da Saúde: Existe Retorno sobre o Investimento?

Participei da banca ao lado de Neusa Pellizzer, da Abet (Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações), sob a coordenação de Marília Cristina Prado Lousion, Secretária de Estado da Saúde de São Paulo.

Confira as fotos: 





23 de abr. de 2010

Mulheres recorrem à endocepção para evitar gravidez


Métodos contraceptivos fazem parte da vida de casais que não abrem mão de um planejamento familiar. Seja para evitar ou postergar a vinda dos filhos, os anticoncepcionais correspondem a uma saída bastante comum para evitar uma gravidez indesejada. Além das pílulas e da própria camisinha, existe um método muito mais eficaz e que pode durar em média cinco anos: a endocepção.

Aplicado com o auxílio de um DIU (dispositivo intrauterino), o método pode conter ou não hormônios. "O dispositivo de cobre, que não leva hormônios, causa uma reação inflamatória dentro do útero e tem ação espermicida. Ou seja: dificulta a passagem do espermatozóide. Outra característica é que esse procedimento evita que o embrião cole na parede de útero", explica o Dr. Alfonso Massaguer, professor e responsável pelo curso de Reprodução Assistida das Faculdades Metropolitanas Integradas (UniFIAM). "Já o método com hormônio, conhecido como Mirena, inibe a ovulação", completa.
Dr. Massaguer explica que o método endoceptivo não deve ser usado por mulheres que possuem infecção vaginal, má formação do útero, sangramento vaginal sem causa aparente ou câncer de útero ou de colo de útero. "O procedimento também deve ser evitado por mulheres portadoras de miomas, estreitamento do canal do colo uterino, antecedentes de gravidez ectópica e tuberculose pélvica", afirma Henrique Oti Shinomata, médico ginecologista e obstetra e também vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro.
Segundo o Dr. Alfonso, não há uma idade específica para se iniciar o uso do DIU. "Até mesmo mulheres que ainda não tiveram filhos podem recorrer ao método. Porém, costumamos recomendar o uso do DIU para quem possui uma vida sexual ativa", diz.
Somente um médico especializado pode fazer o implante do DIU e a manutenção deve ser feita a cada seis meses. Os tipos de dispositivos se diferenciam quanto ao valor, vida útil e efeitos colaterais. "O de cobre aumenta o sangramento e a cólica. Dura cerca de 10 anos e custa R$ 50 mais o valor da aplicação, que varia de médico para médico. Já o Mirena causa sangramento irregular, acne, dores de cabeça e sensibilidade mamária. A vida útil deste procedimento é de cinco anos e seu valor é bem mais elevado do que o de cobre, custando entre R$ 600 e R$ 700, fora o valor da aplicação", declara Dr. Alfonso.
O sucesso da implantação do DIU é medido por meio de um ultrassom, que verifica a posição do dispositivo dentro do útero: "Se o exame identificar que a colocação está correta, a mulher já estará protegida e poderá iniciar ou dar continuidade à sua vida sexual sem riscos". Mas o Dr. Shinomata faz uma ressalva. "O DIU evita a gravidez, mas não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, por exemplo", conta.
O Dr. Massaguer faz questão de lembrar que as mulheres que recorrem ao método endoceptivo precisam estar preparadas para sangrar irregularmente. "Depois de um ano de uso, cerca de 30 a 40% das usuárias de DIU param de menstruar. Isso acontece porque a progesterona atrofia a camada interna do útero. Mas com a retirada do dispositivo, a mulher volta a menstruar depois de algum tempo", afirma.
É importante ressaltar ainda que todos os métodos anticoncepcionais podem ter falhas, mas a endocepção, segundo Dr. Alfonso, oferece eficácia comprovada. "O custo inicial é elevado, mas o DIU é um procedimento excelente. Para se ter uma ideia, o índice de falha da pílula chega a ser de 8%", diz. O Dr. Henrique ressalta outras vantagens: "Além do efeito prolongado, o método endoceptivo pode ser usado no período pós-parto, pós-aborto e na fase de amamentação. Outra facilidade é que não demanda lembrar todos os dias para ser ‘tomado’", declara.
Priscila Rocha, de 28 anos, decidiu colocar o DIU sem hormônio em outubro de 2009, depois de usar pílula. "Mudei de procedimento por acreditar ser um método mais prático e por não correr o risco de me esquecer de ‘tomar’", diz.
Atualmente, Priscilla amamenta um bebê de 11 meses e fez a aplicação durante a licença-maternidade. "O primeiro DIU se deslocou. Segundo o medico, isso pode acontecer por conta das contrações do útero. Mas desta vez deu tudo certo e faço acompanhamento por meio de ultrassom. Tenho planos de ficar com o DIU por pelo menos cinco anos", afirma.

A empresária Erika Duarte, de 33 anos, não tem filhos e decidiu utilizar o DIU com hormônios porque buscava um método moderno para parar de menstruar. "Não tenho mais TPM e faço manutenção a cada seis anos. A única desvantagem é o que o intervalo entre as visitas ao especialista diminui. Portanto, quem realiza muitas atividades pode ter dificuldades para fazer o acompanhamento", conta. 

Durante seis anos, Érika recorreu a outros métodos contraceptivos, entre eles a pílula Diane. E usa o DIU há oito anos e indica às demais mulheres que estão em busca de uma aplicação segura e tranqüila: "Já estou na segunda troca e pretendo usar por muito tempo".

17 de mar. de 2010

O acompanhamento constante à saúde infantil pode evitar aumento da taxa de sinistralidade

O acompanhamento constante à saúde infantil pode evitar aumento da taxa de sinistralidade


por Henrique Shinomata*
11/03/2010

"O correto é que esses profissionais não se transformem somente em diagnosticadores de problemas, mas que se crie uma política de prevenção"
A taxa de crianças com problemas crônicos de saúde, incluindo obesidade, asma e déficits de aprendizado,  dobrou em 12 anos, conforme um novo estudo publicado no JAMA (The Journal of the American Medical Association, 17 de fevereiro de 2010), de  1 para 8 crianças em 1998 para  1 para 4 crianças em 2006 tinham alguma doença crônica.

Além de obesidade e asma, também foram diagnosticados alergias, problemas cardíacos, alterações visuais e auditivas, e déficits comportamentais e de aprendizado (hiperatividade/déficit de atenção), entre outros. Segundo últimos estudos, os possíveis fatores desse aumento são situações, que se acumulam ao longo da infância da criança, podendo ser, por exemplo, o aumento da sobrevivência de prematuros e crianças com câncer e outras doenças. Ora, num primeiro momento pode se pensar que a "salvação de um recém-nascido" é o suficiente, no entanto, a falta de acompanhamento e de suporte durante a infância pode trazer situações extremamente delicadas na sua saúde e desenvolvimento.

Crianças frequentemente têm doenças agudas de curta duração, tais como infecções no trato respiratório superior ou no ouvido, doenças gastrointestinais com vômitos e diarréia, ou traumas. Entretanto, algumas desenvolvem doenças crônicas decorrentes à hereditariedade, fatores ambientais, ou uma combinação dos dois. A exposição antes do nascimento (intrautero) ao fumo e ao álcool também pode afetar a saúde do bebê. Por isso, a necessidade de um acompanhamento constante antes mesmo do nascimento.

Mesmo com o acompanhamento de profissionais no desenvolvimento do bebê, o correto é que esses profissionais não se transformem somente em diagnosticadores de problemas, mas que se crie uma política de prevenção e conscientização junto aos pais. Encorajar hábitos saudáveis alimentares desde o pré-natal, incorporar atividades físicas diária para evitar o sedentarismo e acompanhar o desenvolvimento intelectual para diagnosticar de forma precoce um possível déficit de desenvolvimento e aprendizado são alguns dos procedimentos que devem ser uma constante.

O acompanhamento médico é importante para todas as crianças, pois aumenta a chance de  uma doença crônica ser diagnosticada e tratada precocemente constituindo um menor impacto para a criança e sua família, assim como para o sistema de saúde, pois se um quadro é bem assistido se torna desnecessário a utilização dos recursos, como diagnósticos e terapêuticos. Dessa forma, o enorme esforço na hora de evitar a morte prematura de crianças não resultará na formação de indivíduos com a saúde deficitária, mas sim pessoas saudáveis e sem maiores traumas infantis.





* Henrique Oti Shinomata - Formado em Medicina pela Faculdade Santa Casa de São Paulo, Henrique Oti  Shinomata é médico ginecologista e obstetra. O especialista também é vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro. Possui MBA Executivo Internacional em Ohio (EUA) e é mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sua tese baseou-se no tema "Retorno sobre o investimento de um programa de atenção domiciliar em uma seguradora especializada em saúde".


11 de fev. de 2010

PRÓS E CONTRAS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH)


 “A menopausa é a fase em que a mulher passa do ciclo reprodutivo para o não reprodutivo”, esta é a definição do Comitê de Nomenclaturas da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia. Em outras palavras, o ovário deixa de produzir os hormônios estrógeno e progesterona, ocorrendo, geralmente, dos 45 aos 55 anos de idade. Mesmo não se tratando de uma doença e sim de um estágio da vida feminina, há o tratamento à base de Terapia de Reposição Hormonal (TRH), que reduz os sintomas e complicações enfrentadas neste período.

O fim da produção dos hormônios, estrógeno e progesterona, causa grandes dificuldades de adaptação da mulher à nova fase, pois além de participarem de todo ciclo menstrual, eles atuam acentuando a feminilidade. A diminuição dos hormônios leva à diminuição da lubrificação das mucosas genitais, causando dispareunia e dificulta a atividade sexual; também leva à redução do colágeno cutâneo e alterações na distribuição de gordura corporal, causando mudanças na configuração do corpo, o que, por sua vez, afeta a autoimagem feminina, favorecendo uma baixa na autoestima e a perda do desejo sexual.

Mesmo sendo muito eficaz na diminuição de efeitos desagradáveis da menopausa, como ondas de calor, suores noturnos, insônia, sensação de fadiga e outras impressões sofridas nesse período, o risco de efeitos colaterais faz da TRH um tratamento, de certo modo, polêmico.

Uma das principais observações contrárias ao seu uso é a possibilidade do desenvolvimento de efeitos colaterais graves. O tratamento com hormônios, conforme a duração do seu uso e do tipo de medicação, pode propiciar o desenvolvimento do câncer de mama, endométrio e doenças cardiovasculares. Para mulheres que já tiveram câncer endometrial (útero), câncer de mama, doença coronária (enfarte), tromboembolismo venoso, acidente vascular cerebral (derrame), doenças hepáticas, entre outras, a reposição hormonal é contraindicada. Nos EUA, por exemplo, um estudo chamado Heart and Estrogen/progestin Replacement Study (HERS), acompanhou, durante cinco anos, 2.673 mulheres em idade de pós-menopausa com doença cardíaca. Neste caso, os riscos de enfarte e outros eventos cardíacos aumentaram com a reposição de estrogênio.

Para mulheres que fazem parte desse grupo de risco ou mesmo optam por outras formas de tratamento, existem procedimentos alternativos ao uso da TRH, como os fitoterápicos, isoflavonas, ou medicações específicas para a mucosa vaginal e para a depressão. Para ondas de calor podem ser utilizados medicamentos que agem nos vasos sanguíneos evitando os “fogachos” (ondas de calor presentes no climatério). Há ainda medicamentos para amenizar os problemas cardiovasculares, as sinvastatinas e AAS, entre outros. Outra forma de tratamento é a homeopatia, também muito eficaz na diminuição dos sintomas do climatério e menopausa.

Por mais que a divulgação seja constante, é importante lembrar que para qualquer tipo de tratamento, seja com hormônios de reposição ou com uma simples pomada, deve-se consultar um especialista, pois a diferença de organismos faz do médico o único capaz de indicar esse ou aquele tratamento para evitar o excesso de sintomas desagradáveis da menopausa.

1 de fev. de 2010

Osteoporose - Os cuidados na menopausa devem ser redobrados.

 

Osteoporose - Os cuidados na menopausa devem ser redobrados
 
Uma a cada três mulheres com mais de 50 anos tem a doença. 75% dos diagnósticos são feitos somente após a primeira fratura. 
No Brasil, a cada ano ocorrem cerca de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da osteoporose. 
200 mil pessoas morrem todos os anos no país em decorrência destas fraturas. *


A osteoporose consiste na desestruturação e diminuição da quantidade de ossos, o que pode levar a fratura da parte afetada. A estrutura óssea, como toda parte do corpo se mantém em constante mudança, ou seja, há um remodelamento continuo de retirada de osso para o sangue e a formação de novo osso. No entanto, quando o indivíduo passa dos 30 anos a reposição já não é a mesma, causando um desequilíbrio e um conseqüente enfraquecimento desse tecido.  Na mulher, o cuidado deve ser redobrado no período da menopausa.

A perda do tecido ósseo se acentua já na pré-menopausa e segue até o climatério – uma resposta à queda de estrógeno. A atenção deve ser maior, pois num período de até oito anos (dependendo do organismo feminino) há uma perda anual de até 2% de tecido. A reposição hormonal e o acompanhamento do ginecologista são essenciais para a prevenção do problema. Bebidas alcoólicas, sedentarismo e até exercício em excesso são alguns dos fatores que podem catalisar a doença. As fraturas mais comuns são no colo do fêmur, coluna e pulso, em casos mais severos pode causar a morte do paciente.

Além da reposição hormonal, outro cuidado essencial, que suaviza e diminui o risco da osteoporose, é com a alimentação. O cálcio, por exemplo, é um dos elementos que o organismo não produz, mas é primordial para o fortalecimento dos ossos, tonificação dos músculos e aumento do metabolismo. Alimentos, como leites integrais e desnatados, queijos, verduras, legumes e frutas secas são ricos em cálcio e deve estar no menu diário da mulher - A quantidade de cálcio diária recomendada pelos especialistas é de 500 a 600mg. Vale lembrar que, apesar de muito importante, o cálcio não é a única vitamina responsável pela fortificação dos ossos. Outros nutrientes, como o magnésio, também é de extrema importância contra a desmineralização óssea. 

*Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
www.sbem.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-osteoporose